A
trip to the
![]() |
An Adam and Eve diorama at the |
I’ve
talked to a number of theoretical physicists during my tour of America, and often the subject of parallel
universes has come up. This week I actually got to visit one, when I spent a
disorientating afternoon in Petersburg , Kentucky , at the Creation Museum.
The Creation Museum bills itself as a natural history
museum, but it’s one from a world in which we are certain that God created the
Earth and everything in it, roughly 6,000 years ago, and all in six days.
Anything that looks older – fossilised dinosaur bones, multiple strata of
sedimentary rock, signs of ancient water erosion and the moving of the continents
– were all caused by one catastrophic event, the flood that Noah and his family
so adroitly survived by building a massive floating menagerie.
This is
nothing you wouldn’t see or hear in your average fundamentalist church, but
what makes the Creation Museum different, and controversial, is that it
promotes the idea that not only is everything stated in Genesis chapters 1-11
true, but it can be proved … with science. And the museum has teams of
qualified palaeontologists, geologists, biologists and historians working on
this. Oh, and baraminologists too. You haven’t heard of
them? Neither had I.
For
anyone not familiar with the early parts of the Bible, these be the facts: God
created everything in six 24-hour days; Adam and Eve were the first humans; all
the bad stuff in the world, from murder to animals eating other animals, is a
result of Eve’s choice of afternoon snack; Noah built an ark to house two of
every kind of land-dwelling animal (including dinosaurs) and his extended
family, while God wiped everything clean with a worldwide flood; then God
linguistically confused Noah’s descendants and dispersed them around the world
with the Tower of Babel incident.
The Creation Museum was founded by the
organisation Answers in Genesis, led by the Australian
fundamentalist Ken Ham. It first opened in May 2007, and on the day I was
visiting it was celebrating its 5th anniversary. In those five years over a
million people have been through its doors, many, if my visit was anything to
go by, on school trips. The site is huge, housing both the museum and the
headquarters of Answers in Genesis, and provides employment for over 300
people. The museum is entirely privately funded.
Despite
the erroneous claim to be a natural history museum, the displays of fossils, including casts of many famous examples such as an archaeopteryx and
Lucy the Australopithecine soon give way to expensively mounted dioramas
telling the biblical story of creation. There’s also a section where a world
that has abandoned God is depicted – picture a Disneyfied crack den where vulnerable
teenagers watch porn and consider abortions.
Any
actual attempts to present “science” inevitably have a creationist slant. A
display on evolution suggests that “Although often viewed as
an icon of evolution, Darwin ’s
finches serve as a perfect model of variation within a created kind
In Genesis 1:21 we learn that God created ‘every winged bird according to its
kind’.” Those baraminologists interpret “kind” to mean “species”.
While
at the museum I spent some time talking to geologist Andrew Snelling. Another
Australian, Snelling has a PhD in geology from the University of Sydney and worked in various capacities for
the Australian mining industry before getting into “creation science” full
time, first for the Texas-based Institute for Creation Research, and then since
2007 for Answers in Genesis and the Creation Museum.
I
mention to Andrew that I’m surprised to see animatronic models and fossils of
dinosaurs around the museum. “They were real, we have their bones … in fact the
Bible even potentially describes creatures that were dinosaurs. We don’t have to
be afraid of the real evidence,” he says. “We’re looking at the fossil record –
instead of being the order of creatures living and dying and evolving over
millions of years – as the burial order during the flood. In other words,
dinosaurs were alive during the pre-flood Earth. So were trilobites, so were
people.”
When I
ask him how his background in geology is being used here, he tells me of his
fieldwork at the Grand Canyon . “In my research
I’ve been involved in sampling rocks, sending them to laboratories, where
analysis is done on radio isotopes,” he says. “What we always emphasise is
this: we all have the same rocks, the same fossils, the same evidence … We all
have the same geological maps … As we emphasise in the museum it’s your
starting point.”
This is
a point that’s made over and over, to the extent that it begins to sound
reasonable. Their mantra is, “Hey, we’re all doing science here, there’s just a
disagreement about the age.”
Creation
science has a big problem with orthodox radiometric dating and carbon dating.
They also use the example of the 1980
Mount St Helens eruption and subsequent
pyroclastic flow to show how both the formation of the Grand
Canyon and the tectonic shift of the continents could have
happened in seconds during the flood, rather than over millions of years.
As I
head for the exit I have mixed feelings about the place. Sure, I think, it’s
wacky, but each to their own delusion, and at least the government isn’t
funding this. Then another party of wide-eyed, eager-to-learn schoolchildren is
ushered past.
Fonte: The Guardian
Resenha especial - por Victor Rossetii
Apesar do Museu criacionista contar com uma equipe de
paleontólogos, geólogos, biólogos e historiadores grande parte das alegações
criacionistas são meramente interpretativas. Acompanhei uma mesa redonda onde o
químico criacionista Marcos N. Eberlim defende que o design inteligente é
apenas uma reinterpretação dos dados produzidos pela ciência.
Ora, uma reinterpretação puramente teológica uma vez que
quando questionado o que seria o design inteligente o professor responde que
conversa com ele todas as noites antes de dormir com seus joelhos dobrados.
Fica claro que não há distinção alguma entre criacionismo e
design inteligente. Estamos falando de uma religião criada não por Deus e tão
pouco por Jesus, mas uma religião criada por um sistema político
ultra-conservador direitista que cita Deus de forma puramente mascarada.
De fato, modelos evolutivos são limitados, seja pela
quantidade de formas de vida existentes no planeta que exigem modelos
explicativos ou pela necessidade de fósseis que permitam preencher as lacunas
ainda abertas. Mas isso não põem em vigor uma representação mística que deva descartar
o sistema naturalista da biologia evolutiva.
As interpretações baraminológicos citadas no texto
referem-se a criação das formas de vida que Deus promoveu antes e após o
dilúvio. Isso remete novamente a concepção pessoal já que em momento algum a
Bíblia refere-se a Deus recriando formas de vida após tão dilúvio.
Deus apenas deixou um aviso que não mais destruiria a sua
criação com tal catástrofe ambiental, deixando como sua marca um arco-íris.
É evidente que a citação do arco-íris é tão metafórica quando
o nome Gaia dado a Terra. Em nenhum momento cita-se que Deus criou os animais
que compõem a fauna atual após o dilúvio.
Os próprios criacionistas afirmam que os dinossauros foram
salvos na arca de Noé e não explicam sua extinção. A hipótese de Flitstones, de
que homem e dinossauros co-existiram não tem respaldo algum na ciência
ortodoxa.
Isso foi citado acima quando afirmou-se que a ciência da
criação tem um grande problema com a datação radiométrica e datação por
carbono.
Óbvio que haveria de ter. Não há qualquer fóssil de
dinossauro que demonstre uma idade menor que 65 milhões de anos e nenhum fóssil
humano (moderno) que extrapole a datação de 400 mil anos ou de hominídeos que
extrapolem 7 milhões de anos embora essa última data esteja aberta para até um
ou dois milhões de anos a mais.
A datação radiométrica ou do relógio molecular é totalmente
rejeitada pelos criacionistas.
A datação de carbono só é aceita de forma oportunista.
Grande parte das datações de carbono que sustentam as verdades teológicas cristãs
são aceitas, porém negadas caso extrapolem o limite de 6 mil anos previsto por
criacionistas.
Mesmo as datações da arqueologia bíblica são negadas pelos
criacionistas. Por exemplo, a cidade de Jericó, que tem uma importância grande
na história do cristianismo é datada entre 9 e 10 mil anos de idade. O que
fazer em um caso deste?
No caso da biologia, a baraminologia e um sistema de
classificação criacionista que se refere as espécies criadas por Deus. Em
resumo, é um plagio de nomenclatura criado para suportar teses teológicas com
base em Gêneses 1:21 (Criou, pois, Deus os monstros marinhos, e todos os
seres viventes que se arrastavam, os quais as águas produziram abundantemente
segundo as suas espécies; e toda ave que voa, segundo a sua espécie. E viu Deus
que isso era bom)
Ela trabalha a classificação da vida de acordo com seus
respectivos tipos básicos originalmente criados por Deus.
Na biologia evolutiva a vida surgiu de uma célula a 4,5
bilhões de anos a partir de uma concentração de elementos químicos orgânicos.
Para os biólogos criacionistas a vida foi criada instantaneamente por Deus
(qualquer semelhança com a geração espontânea não é mera coincidência) bem como
seu processo de diversificação dos tipos básicos. Assim todas as formas de vida
compartilham uma ascendência comum, ou seja, apenas algumas formas específicas
de vida, geralmente equivalente a famílias ou gêneros, compartilham de um mesmo
ancestral comum.
Assim, a história da vida se restringe ao nível
microevolutivo, por isso os criacionistas negam a macroevolução mesmo que sejam
vistas em processo de especiação por espécies-aneis (AS MARCAS DA ESPECIAÇÃO SE SOBREPONDO AO CONCEITO SUBJETIVO DE
MACRO-EVOLUÇAO E ESPÉCIE).
Segundo a baraminologia, Deus criou toda a vida, mas não se
sabe como e quando os animais se modificaram após a criação segundo as
transformações microevolutivas, dentro do limite das espécies. Assim, não é
possível identificar nenhum fóssil como sendo uma forma individual criada
originalmente. Os únicos fósseis que existem então, são de animais que viveram
mais de mil anos após a criação e fica a dúvida a respeito de suas formas
originais após o dilúvio.
Segundo essa concepção uma espécie original criada por Deus
pode sofrer somente microevoluções, adaptações sem promover a evolução por
origem de espécies. Isso quer dizer que pode ocorrer modificações em suas
características anatômicas, mas nunca vai deixar de a espécie original criada
por Deus.
Suponhamos que em um período criacionista de 4 mil anos,
após o dilúvio o ancestral comum de uma linhagem A surja. Isso quer dizer que
mesmo modificando sua estrutura fisiológica ou suas características anatômicas,
sua forma original, ele nunca deixará de ser a espécie A.
Segundo essa concepção, a espécie A mesmo que tenha
modificado sua capacidade de metabolizar certas substâncias que a criação
divina não tinha, ou que tenha perdido membros criados por Deus, nunca deixara
de ser a espécie A porque as variações não podem superar a criação divina
reconhecida pela baraminologia criacionista.
![]() |
Clique para ampliar. |
Ora, não há motivo algum para crer que as variações ocorram
somente no nível da espécie. Se o blues deu origem ao rock, se o cristianismo é
fruto de uma teologia desgarrada do judaísmo, se o português é uma língua
derivada diretamente do latim porque jacarés e crocodilos não haveriam de ser
aparentados entre si?
Não há evidência alguma que prove que as variações genômicas
se restrinjam aos limites da espécie e que não podem gerar novas. De fato, a
subjetividade do conceito de espécie destrói a baraminologia uma vez que
espécies muito próximas, que deveriam ser a mesma, simplesmente não são. Cito o
exemplo dos peixes trompete (Aulostomus maculatos e Aulostomus strigosus),
das gaivotas argenteas e escuras, dos skuas da Antártida ou das
andorinha-do-rio (Tachycineta albiventer) e a
Andorinha-do-dorso-branco (Tachycineta leucorrhoa) do Cerrado. São
animais anatomicamente relacionados entre si, mas geneticamente isoladas em
espécies distintas, porém extremamente próximas.
Um exemplo claro ficou no detalhamento feito por Darwin a
respeito dos tentilhões citados no próprio texto acima.
Os criacionistas negam o exemplo dos tentilhões de Darwin sirvam
como um modelo de origem de espécies alegando o que esta escrito em Gênesis
1:21. Na verdade, é a base dos argumentos dos baraminologistas.
Darwin passou pelo arquipélago das Galápagos em 1835.
Segundo sua teoria, criada a e sustentada por ideias de estatísticos,
sociólogos e econômicas 20 anos depois da viagem Darwin concluiu o conceito de
seleção natural e o gradualismo como o principal mecanismo propulsor da
evolução das espécies. Isso quer dizer que as espécies de animais são o
resultado da modificação de espécies anteriores.
Darwin encontrou evidencias claras disto em Galápagos, um
grupo de pequenas ilhas do Pacífico a cerca de 1000 km da costa da América do
Sul. Um verdadeiro laboratório evolutivo que modelo uma família de tentilhões
que hoje leva seu nome.
Essas espécies são oriundas de um mesmo ancestral americano
já desaparecido.
Nesse arquipélago havia diversas possibilidades para todas
as adaptações, diversos modos de vida. Pouco a pouco, gradualmente o tentilhão
ancestral de Galápagos deu origem a 13 espécies diferentes que comem coisas
diferentes e possuem bicos diferentes.
As 13 espécies de tentilhões foram divididas em quatro
grupos descobertos por Darwin e posteriormente mais uma espécie relacionada a
eles.
Os tentilhões da terra compreendiam as espécies Geospiza scandens, Geospiza conirostris,Geospiza
fuliginosa, Geospiza
fortis, Geospiza
magnirostris e Geospiza difficilis; os
tentilhões das árvores com as espécies Camarynchus
parvulus, Camarynchus
pauper, Camarynchus
psittacula,Cactospiza pallidus e Cactospiza heliobates; o
tentilhão vegetariano Platyspiza
cassirostris; o tentilhão cantor Certhidea
olivacea e outra espécie de
tentilhão das Ilhas Coco descoberta posteriormente, a Pinaroloxias inornata.
![]() |
Tentilhões de Darwin |
Os tentilhões tinham tanto bicos enormes comedores de grãos
até bicos pontudos adaptados a comer insetos. Uma dessas espécies utiliza um
espinho de cacto para desalojar insetos nas cascas das árvores.
As várias espécies reconhecidas de tentilhões demonstraram o
poder explicativo de Darwin, que baseando-se em anotações detalhadas da
morfologia, hábitat e comportamento destes pássaros, representam um dos
argumentos mais aceitos em seu livro sobre a origem das espécies.
Diferentemente do que dizem os criacionistas que afiram que as variações dos
bicos e na morfologia dos tentilhões de Darwin ocorriam sazonalmente e não
passavam de variações microevolutivas.
De fato, cada uma dessas populações esta isolada
geneticamente e foram caracterizadas como espécies distintas, porém
relacionadas entre si.
Diferente do estudo com as tartarugas, as quais se tratavam
de subespécies e não espécies distintas, os tentilhões demonstraram uma extrema
diversificação entre e dentro das ilhas, que proporcionou a Darwin a ligação
entre o processo de especiação e a seleção natural, representada pelas diferenças
de alimentação e habitat ocupado por cada espécie.
O isolamento geográfico impede a migração e fluxo de genes
com a espécie original e com aquelas de outras ilhas, favorecendo a
estabilização de características genéticas peculiares em cada ilha.
Os ambientes ecológicos diferentes, dentro da mesma ilha e
conduzem a especializações nutricionais caracterizando diferenças nos bicos
entre as diferentes espécies. Além disso, mostrou-se que para melhorar o
alcance dos cantos de acasalamento, aqueles tentilhões que vivem nas zonas de
vegetação densa tem canto diferente daqueles que vivem nas áreas de vegetação
mais aberta.
Este fenômeno aumenta a probabilidade de encontrar um par o
qual seja parte do mesmo ambiente. A partir deste ponto ocorre a estabilização
das características genéticas específicas ao ambiente ecológico.
A competição, que é particularmente severa durante períodos
secos por causa da escassez do alimento, favorece aqueles indivíduos mais bem
adaptados ao seu ambiente.
Porque estes têm uma possibilidade maior de sobrevivência e
portanto de se reproduzir passando suas características genéticas particulares
para as gerações seguintes.
Referências
*
Os Tentilhões das Galápagos. (www.icb.ufmg.br)
0 Comente o que achou...:
Postar um comentário