por Victor Rossetti
Na região ocidental de Gauteng, África do Sul, perto de Hrugersdorp, um conjunto de cavernas separadas por 30 metros e denominadas de Kromdraai, foi palco da descoberta de mais um do possível antepassado dos homens.
É uma linhagem que se desenvolveu paralelamente aquela que daria origem a história evolutiva do homem.Nesta caverna um jovem estudante em 1938, encontrou fragmentos de ossos e dentes um crânio parcialmente preservado e uma mandíbula. A gruta de Kromdraai ficou marcada com o aparecimento do Paranthropus robustus. . Dr Broom datou a existência desta espécie entre 2,0 a 1,2 milhões de anos atrás, o segundo exemplar só foi descoberto em 1949.
O sistema dentário destes P.robustus, apresentava características nunca antes vista, eram mais largos e grossos. Mais tarde se descobriu que eles também possuíam uma musculatura pesada e que se estendia até uma crista sagital acentuada, que era outra característica especial da espécie. Tal musculatura da mandíbula muito desenvolvida seria apropriada para o ambiente muito seco onde estes hominídeos viveram. Se alimentavam de frutos secos e com cascas duras, algo muito comum nas savanas e zonas bastante arborizadas.
Chegou-se a conclusão que os machos deveriam medir cerca de 1,20metros e pesava cerca de 50kg, enquanto que as fêmeas dificilmente chegariam a 1m de altura, pesando perto de 40kg, apresentando um dimorfismo sexual bem acentuado.
A sua capacidade cerebral era em torno de 410 a 530 cm3. Após o estudo da dentição, Dr Broom inferiu que estes indivíduos raramente sobreviveriam para lá dos 17 anos de vida devido as pressões seletivas que eram muito fortes na África nessa época. Em 1949, também na África do Sul foi encontrado o crânio de um jovem Paranthropus robustus na caverna na Swartkranz. Foi observado dois buracos no topo deste crânio estudos mostraram que as perfurações teriam sido feitas por caninos de um leopardo.
Tal descoberta indicava que a evolução não deveria ter ocorrido em linha reta, mas que em determinada altura, teria originado uma grande variedade hominídea. Estes organismos eram claramente bípedes. Neste momento da história do mundo e do homem é possível afirmar que esses indivíduos muito provavelmente co-existiram com as primeiras formas de Homo, e também com seus ancestrais Australopithecus, embora seja muito difícil ainda estabelecer conexão entre eles segundo alguns autores. É certo dizer que eles co-existiram, embora cada um apresentasse estratégias totalmente diferentes de sobrevivência. Os Paranthropus com uma dieta dieta reduzida a frutos secos da savana, os Australopitecineos de vegetais e pequenos mamíferos e posteriormente o gênero Homo cm uma onivoria mais acentuada.
Existem algumas evidências que o Paranthropus, já utilizavam algumas ferramentas similares ás do Paleolítico inferior, entretanto é necessário diferenciar a criação de ferramentas ou o uso de um instrumento para abrir frutos.
Alguns macacos são capazes de usar pedras ou bater frutas contra pedras ou simplesmente arremessar a fruta contra um paredão rochoso, isso não significa que as rochas são ferramentas, entretanto, orangotangos de uma região de ilha de Bornéu utilizam gravetos para abrir a fruta néssia e se alimentar.
Dentro do gênero Paranthropus ainda tinha outra linhagem. O Paranthropus boisei, que originalmente foi chamado Zinjanthropus boisei e Australopithecus boisei. Foram encontrados em 1959 em Olduvai (na Tanzânia).
O P. boisei habitou os pastos secos da savana da África Leste, uma região plana de predominancia de gramíneas, salpicadas árvores esparsas e arbustos isolados. As savanas são zonas de transição entre bosques e prados. A savana que dominava a África levou estes organismos a ter uma dieta baseada em plantas de baixa qualidade há cerca de 1.2 milhões de anos atrás.
Esses hominídeos são caracterizados por apresentar um crânio grande com uma mandíbula pesada adaptada a sua dieta com e grandes molares e pequenos dentes incisivos. Sua dieta era possivelmente composta por rígidos alimentos fibrosos. Para o processamento mecânico desse alimento os músculos peitorais eram fortes, as mandíbulas enormes e dentes quatro vezes maiores do que os nossos. Capazes de comer raízes muito duras.
O cérebro é pequeno com aproximadamente 530cm3. O tamanho do cérebro era bem parecido com o do robustus. Pode ser observada uma grande crista sagital no topo do crânio, uma face baixa formada por um largo arco zigomático (porção inferior do osso abaixo dos olhos), dentes que se projetam para frente das fossas nasais.
O Paranthropus boisei era semelhante ao robustus, entretanto, sua face, seus dentes eram planos e mais volumosos, alguns molares tinham até dois centímetros.
Aqui os evolucionistas encontram o mesmo problema que encontraram ao analisar as diferentes espécies de Australopitecineos, Os dois Paranthropus podem ser variações da mesma espécie. O crânio dos machos é maior e mais pesado do que o das fêmeas, sendo claro o dimorfismo sexual.
O Paranthropus boisei desapareceu dos registros fósseis, com uma alteração marcante no clima da terra, que envolveu grandes flutuações irregulares, a adaptabilidade pode ter se tornado crítica para a sobrevivência à medida de que antigos recursos escassearam-se.
Os P. boisei que possívelmente eram altamente especializados pode não ter sido capaz de se adaptar frente a estas mudanças, o seu desaparecimento ocorreu há cerca de 1,2 milhões de anos atrás. Mostrando que nem sempre organismos mais fortes e de maiores projeções são aqueles que serão selecionados pelas regras da natureza.
Uma coisa é certa, independente da árvore da evolução humana mudar e nada ser conclusivo, os fósseis existem, e independente de sua conformação cladistica sabemos que vários hominídeos coexistiram na África, e a linha da evolução conforme estamos acostumados a ver, esta errada, devemos passar a enxergá-la como um galho de arvore bastante ramificado.
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