APRENDIZAGEM REFERENCIAL NA VOCALIZAÇÃO DE CHIMPANZÉS


Uma forte característica da linguagem humana é a capacidade de fazer referência a objetos externos e eventos, utilizando símbolos socialmente aprendidos ou palavras. Explorar melhor a origem filogenética dessa capacidade é fundamental para uma compreensão mais abrangente da evolução da linguagem.Outros primatas também podem produzir vocalizações. Os chimpanzés têm grunhidos específicos para determinados tipos de alimentos, ao escutar, outros chimpanzés do grupo entendem exatamente o que significam essas vocalizações. 
Ao estudarem a rotina de dois grupos distintos de chimpanzés que passaram a conviverem juntos em um Zoológico de Edimburgo, pesquisadores fizeram uma descoberta surpreendente. A descoberta foi publicada na revista Cell Press Current Biology, e sugere que a linguagem humana, não é tão original na sua capacidade de fazer referências a objetos externos com símbolos socialmente aprendidos. Após saírem de um parque safári da Holanda o grupo contendo sete chimpanzés adultos vocalizaram um grunhido bastante estridente quando visualizaram uma maçã (ouça aqui), diferente dos outros 6 chimpanzés que já habitavam o Zoológico de Edimburgo. Os chimpanzés nativos do zoológico vocalizavam um grunhido mais suave ao ver uma maçã (ouça aqui).Após três anos convivendo juntos, os sete chimpanzés ao visualizarem uma maçã passaram a proferir grunhidos semelhantes ao do grupo nativo(ouça aqui). 
Segundo Katie Slocombe, da Universidade de York, o estudo mostra que nos chimpanzés as vocalizações referenciais a alimentos, não são fixas em sua estrutura, e que quando expostos a um novo grupo social podem se alterar, refutando a ideia de que chimpanzés não podem aprender novos sons com seus semelhantes. Normalmente os cientistas acreditavam que a alteração em um grunhido era resultado de diferentes estados de excitação do animal. 
Os pesquisadores dizem que os resultados representam a primeira evidência de que animais não-humanos podem modificar sua forma ativa e social, podendo aprender uma nova vocalização com determinado significado.

"Seria realmente emocionante tentar descobrir por que os chimpanzés são motivados a soar mais semelhantes aos seus companheiros de grupo", acrescenta Simon Townsend, da Universidade de Zurique, que também esteve envolvido no estudo. "É para que possam ser melhor compreendidos? Ou é apenas a soar mais semelhantes aos seus amigos? 

Dada a distância evolutiva relativamente curta entra seres humanos e chimpanzés, o estudo sugere que nosso ancestral comum mais recente pode ter compartilhado esse comportamento de linguagem.

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Wander disse...

Excuse me? Recomendo uma leitura:

http://www.columbia.edu/cu/psychology/terrace/w1001/readings/terrace.pdf


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