GRILOS ENGORDAM PARA EVITAREM SEREM COMIDOS POR ARANHAS (com resenha)

É comum que insetos como o grilo, não desfrutem facilmente de uma folhagem, quando uma arranha faminta pode estar à espreita. Porem aranhas podem deixar pistas reveladoras ao longo de seu rastro...

SEMELHANÇA GENÉTICA DE 99% COM CHIMPANZÉS ERA MITO (com resenha especial)

Pautarei aqui mais do que a refutação de afirmações anticientíficas feitas por criacionistas.

OLHA QUEM ESTA "FALANDO" TAMBEM

A comunicação é algo extremamente necessário em nossas vidas, mas será que a transmissão de informações importantes é algo presente apenas na vida de vertebrados ?

PORQUE O DARWINISMO NÃO COLA?

Não vejo razão alguma para tais comportamentos. Pelo contrário, no momento histórico que vivemos muitas pessoas pregam uma mudança no mundo que vise a qualidade da natureza

POLIMORFISMO ADAPTATIVO NA EVOLUÇÃO DE HEMÍPTEROS GERRÍDEOS

.A evolução dos hemípteros proporcionou uma vasta variedade de táxons distribuídos em vários tipos de nichos, sendo que alguns deles demonstraram uma melhor capacidade de sobreviver em habitat aquático.

DESCARTANDO A COMPLEXIDADE IRREDUTÍVEL DO DESIGNER INTELIGENTE.

Discutir criacionismo e evolução é chato. Isso porque o assunto é essencialmente a diferença entre ciência e evolução.

UMA BANANA PARA OS CRIACIONISTAS

A banana é um desafio triplo ao pensamento criacionista porque explica a diferença entre genes e proteínas, extrapola limites temporais e oferece claras evidencias do substrato onde a evolução trabalha..

APRENDIZAGEM REFERENCIAL NA VOCALIZAÇÃO DE CHIMPANZÉS


Uma forte característica da linguagem humana é a capacidade de fazer referência a objetos externos e eventos, utilizando símbolos socialmente aprendidos ou palavras. Explorar melhor a origem filogenética dessa capacidade é fundamental para uma compreensão mais abrangente da evolução da linguagem.Outros primatas também podem produzir vocalizações. Os chimpanzés têm grunhidos específicos para determinados tipos de alimentos, ao escutar, outros chimpanzés do grupo entendem exatamente o que significam essas vocalizações. 
Ao estudarem a rotina de dois grupos distintos de chimpanzés que passaram a conviverem juntos em um Zoológico de Edimburgo, pesquisadores fizeram uma descoberta surpreendente. A descoberta foi publicada na revista Cell Press Current Biology, e sugere que a linguagem humana, não é tão original na sua capacidade de fazer referências a objetos externos com símbolos socialmente aprendidos. Após saírem de um parque safári da Holanda o grupo contendo sete chimpanzés adultos vocalizaram um grunhido bastante estridente quando visualizaram uma maçã (ouça aqui), diferente dos outros 6 chimpanzés que já habitavam o Zoológico de Edimburgo. Os chimpanzés nativos do zoológico vocalizavam um grunhido mais suave ao ver uma maçã (ouça aqui).Após três anos convivendo juntos, os sete chimpanzés ao visualizarem uma maçã passaram a proferir grunhidos semelhantes ao do grupo nativo(ouça aqui). 
Segundo Katie Slocombe, da Universidade de York, o estudo mostra que nos chimpanzés as vocalizações referenciais a alimentos, não são fixas em sua estrutura, e que quando expostos a um novo grupo social podem se alterar, refutando a ideia de que chimpanzés não podem aprender novos sons com seus semelhantes. Normalmente os cientistas acreditavam que a alteração em um grunhido era resultado de diferentes estados de excitação do animal. 
Os pesquisadores dizem que os resultados representam a primeira evidência de que animais não-humanos podem modificar sua forma ativa e social, podendo aprender uma nova vocalização com determinado significado.

"Seria realmente emocionante tentar descobrir por que os chimpanzés são motivados a soar mais semelhantes aos seus companheiros de grupo", acrescenta Simon Townsend, da Universidade de Zurique, que também esteve envolvido no estudo. "É para que possam ser melhor compreendidos? Ou é apenas a soar mais semelhantes aos seus amigos? 

Dada a distância evolutiva relativamente curta entra seres humanos e chimpanzés, o estudo sugere que nosso ancestral comum mais recente pode ter compartilhado esse comportamento de linguagem.

AUTOTOMIA EM ESCORPIÕES DO GÊNERO ANANTERIS ( THORELL, 1891) E SUAS CONSEQUÊNCIAS


Autotomia é capacidade que alguns animais possuem de liberar partes do corpo em um plano de clivagem determinado como forma de defesa, mesmo que essas partes não se regenerem mais. Esse processo de defesa anti-predação é bem comum em repteis, mas também pode ser observado em outros táxons como nos artrópodes por exemplo. 

Pesquisadores revelaram que nas selvas da América do Sul, 14 espécies de escorpiões do gênero Ananteris ( THORELL, 1891) possuem a capacidade de desmembrar parte do opistossoma ou “cauda” para evitar que sejam predados ou capturados.
Após se desmembrar, a porção descartada continua em movimento automaticamente (contrações musculares), similar ao que vemos na cauda cortada de um lagarto, ou em uma perna decepada de um aracnídeo, característica que proporciona uma maior possiblidade de fuga.

No laboratório os pesquisadores pressionaram a região do metassoma com uma pinça, e quase que de imediato os escorpiões desprenderam sua cauda entre as juntas dos seguimentos metassomais I, II e II, III ou III, IV. Essa característica de autotomia é mais comum em machos adultos do que e fêmeas, e não tem sido observadas em indivíduos juvenis.



A região cortada se cura rapidamente em torno de cinco dias, formando um tecido cicatricial. Porém os seguimentos metassomais e telson são perdidos, e não podem se regenerar. A autotomia do seguimento metassomal V , resulta na perda permanente do agulhão do télson e de parte do sistema digestivo do escorpião, na qual está situado o ânus. 
Cicatrização tecidual de um Ananteris solimariae adulto após a autotomia metassomal.
Nessas condições o escorpião perde a capacidade de defecar e passa a capturar pequenas presas apenas. Apesar disso o quelicerado mantem a capacidade de acasalar com sucesso e pode sobreviver até 8 meses em laboratório, o que demonstra que a autotomia pode ser um adaptável e eficaz mecanismo de fuga e anti-predação.

FÓSSIL HOMINÍDEO DE ESPÉCIE AINDA DESCONHECIDA É ENCONTRADO EM TAIWAN

Esta mandíbula fossilizada foi encontrada no fundo do mar perto Taiwain. Pesquisadores afirmam que o fóssil, batizado Penghu I, pode ser um tipo primitivo de hominídeo que não foi reconhecido até agora.  
Descoberto na Ásia, no fundo de um mar próximo de Taiwan o fóssil humano pertencia a um grupo primitivo ainda desconhecido pelos pesquisadores. Tal descoberta pode indicar que outras linhagens de humanos podem ter coexistido na região, antes da chegada do homem moderno, cerca de 40.000 anos atrás.
Contando com uma parte inferior da mandíbula e dentes primitivos, o fóssil se torna o primeiro e mais antigo fóssil humano a ser encontrado em Taiwan.
O fóssil foi dragado por uma rede de pesca entre 60 a 120 metros abaixo da superfície do Canal de Penghu, localizado a cerca de 25 km a costa ocidental de Taiwan, local que pertencia ao continente asiático durante a última era glacial, quando os níveis do mar eram mais baixos.
O pescador que encontrou o fóssil sem saber de sua importância, o vendeu para uma loja de antiguidades. Posteriormente um colecionador levou o achado agora apelidado de Penghu I para uma análise no Museu Nacional de Ciências Naturais de Taiwan após pesquisadores notarem seu significado.
( a ) mandíbula, ( b ) reconstrução virtual da mandíbula ( c ) imagem da superfície da dentição segmentada mandibular (, vista lingual superior) e sua seção horizontal micro-CT ao nível indicado pela linha pontilhada (inferior).
Análises feitas no fóssil sugere que o hominídeo viveu provavelmente entre 10.000 e 190.000 anos atrás disseram os pesquisadores. A característica robusta da mandíbula e dos dentes, indica uma pequena diferença com fósseis de Homo erectus encontrados no norte da China, pois durante o período Pleistoceno as mandíbulas e dentes dos hominídeos evoluíram e ficaram menores e menos robustas.Os pesquisadores alegaram que Penghu I se assemelha a um fóssil de 400.000 anos de idade encontrado em Hexian, distrito de Anhui na China, localizada a cerca de 590 milhas (950 km) ao norte do Canal de Penghu. Os cientistas sugerem que esses fósseis em conjunto, representam um grupo arcaico de humanos, apesar de não terem provas o suficiente para afirmar se é uma nova espécie ou não.
( a ) Mapa dos principais locais de hominídeos mencionados no texto ( b )  Topografia submarina em torno do Canal Penghu.
O coautor do estudo, e paleontólogo do Museu Nacional do Japão de Natureza e Ciência de Tóquio Yousuke Kaifu disse a revista eletrônica Live Science:

"Precisamos de outras partes do esqueleto para avaliar o grau de sua singularidade"

“A questão das espécies pode ser efetivamente discutido após esses passos."


"Esta é uma história muito diferente, complexo e emocionante em comparação com o que me foi ensinado na escola."


FONTES:



GRILOS ENGORDAM PARA EVITAREM SEREM COMIDOS POR ARANHAS (com resenha)


It’s tough for a cricket to enjoy succulent foliage when a hungry spider may be nearby. But spiders leave a few telltale cues in their wake. A new study in this month's issue of Ecological Entomology shows that crickets respond to these cues in unexpected and lifesaving ways. Scientists examined predator-prey responses in lab tests of more than 60 wood crickets (Nemobius sylvestris, pictured) and nursery web spiders (Pisaura mirabilis), both common European species. Crickets placed in a closed pot with a strawberry plant previously occupied by a spider ate 72% more food on average and were more likely to survive a future encounter with a spider. The spiders may have left behind chemical or physical calling cards, which triggered the stress eating. The team believes crickets bulked up as a survival strategy, because they could not flee and spiders are less likely to eat larger prey. These findings surprised researchers, who expected threatened crickets to eat less and lose weight, as seen in other predation experiments. But a cricket’s response to spider cues may depend on the setting. Crickets may prefer to flee but will bulk up if there’s no easy way out. This is an important lesson for pest control. Sprinkling a few spider cues on crops could drive certain pests away, but only if they find an easy exit. Otherwise, they could end up eating more.

Fonte: SCIENCE MAGAZINE

Resenha do autor - por Rafael Souza

É comum que insetos como o grilo, não desfrutem facilmente de uma folhagem, quando uma arranha faminta pode estar à espreita. Porem aranhas podem deixar pistas reveladoras ao longo de seu rastro.
Um estudo publicado recentemente na Ecological Entomology, demonstra que grilos podem responder a essas pistas de maneira inesperada. Cientistas examinaram em testes de laboratório a reposta “predador-presa” de mais de 60 grilos da espécie Nemobius sylvestris , e aranhas da espécie Pisaura mirabilis. Os grilos foram colocados em um pote contendo morangos, onde anteriormente vivia uma aranha. Os grilos desse pote comeram 72% a mais, em média, e eram mais propensos a sobreviver a um futuro encontro com uma aranha.
As aranhas podem ter deixado para traz, rastros químicos e físicos, o que pode ter provocado estresse nos grilos. A equipe de cientistas acredita que os grilos engordaram por conta de uma estratégia de sobrevivência, já que uma presa “maior” tem menores chances de serem devoradas pelas aranhas.
Esses resultados surpreenderam os pesquisadores que esperavam que grilos ameaçados por um predador fossem comer menos e perder peso, como já foi demostrado em outros experimentos do tipo. Apesar da estratégia alguns grilos podem preferir fugir, isso pode variar muito de acordo com a situação.

Vendo os benefícios dessa estratégia, agricultores podem utilizar o próprio grilo como uma ferramenta de controle de pragas. Utilizar rastros físicos e químicos das aranhas em uma plantação pré-determinada, pode fazer com que grilos esfomeados não ataque diretamente a colheita a ser protegida, em vez disso, fica se banqueteando em meio das folhagens suculentas das plantas que possuem os rastros de aranha, uma forma eficaz de aproveitar em benefício dos seres humanos , uma excelente estratégia adaptativa de um animal.

REFERÊNCIAS

Ecological Entomology - Spider cues stimulate feeding, weight gain and survival of crickets



INGENIEUR IST TOT


Negar a evolução não é refuta-la, assim como afirmar que um designer existe não é uma prova. Nietzsche em crepúsculo dos ídolos cita apenas uma coisa sobre Darwin, que suas ideias eram apenas afirmadas e não confirmadas. 

Por Victor Rossetti

Hoje, nós temos uma quantidade considerável de evidências em diversas disciplinas que contemplam a biologia evolutiva e que confere um paradigma consolidado com elegância epistemológica. A evolução darwiniana passou por sínteses e vem sendo consolidada cada vez mais por diversas disciplinas. Em meio acadêmico Darwin goza saúde. A evolução biológica continua sendo aplicada em conceitos de engenharia genética, agricultura, medicina, psicologia e tantas outras. 
Se pensarmos que Nietzsche filosofava com um martelo, especialmente com seu criticismo voltado para a moralidade no cristianismo, podemos fazer a mesma afirmação em relação aesta máscara do cristianismo chamada Designer inteligente, que tem sido muito afirmado, mas não comprovado ou mesmo aceito como ciência. Got ist tot não pode ser visto como um argumento ao ateísmo como muitas pessoas tem apelado. Deus pode estar morto, mas seus seguidores estão vivos e Deus, bem, ele só tem perdido espaço para outros acervos de conhecimento. O Designer inteligente é natimorto, um embrião que não vingou devido ao peso das evidências e sua incompetência em se estabelecer como metodologia científica falseavel. 
O termo Designer Inteligente hoje é usado não como fruto de discussões filosóficas, nem de hipóteses científicas, tão pouco como resposta a questionamentos sobre ciência. O conceito de Designer inteligente se apresenta hoje somente como uma tentativa desalenta de imposição de um livro religioso cristão “Of pandas and people “ (sobre pandas e pessoas), foi proibido nas escolas públicas dos EUA por ferir a laicidade do estado. Os seus editores mudaram nas edições seguintes o termo “Deus” para “designer inteligente”. O conceito nasce de fundamentalistas que tentaram burlar a lei com uma mascara pseudo-científica que não funcionou antes, e continua a não funcionar. 
O conceito de designer inteligente vem minando o cristianismo de interpretações fundamentalistas descontextualizadas respaldadas pela pseudo-ciência e políticas ultraconservadoras. Isso se assemelha por demais ao que Nietzsche quis dizer com a idéia de que Deus estava morto. 
Da mesma forma com que a racionalidade socrática havia matado os deuses gregos, a racionalidade humana havia matado Deus. Isso quer dizer que não havia mais campo para a divisão entre o mundo das ideias e o mundo sensível, sendo assim Gott ist tot (Deus está morto). Mas para Nietzsche, Deus não simboliza unicamente uma deidade, ele simboliza também a morte de todos os valores ditos elevados que herdamos, foi isso que ele propôs com a “ Transvaloração dos valores”, que foi uma nova abordagem de como questionar todas as formas convencionais de pensar sobre ética e os sentidos que podemos dar a vida. 
Para Nietzsche, pouco importa se Deus existe ou não, o que ele propõem, é que a influência da religião em nossas vidas é cada vez menor. A igreja, os mitos, as ideias transcendentes, os ritos, a moral por trás da teologia, especialmente a monoteísta, tudo isso está sendo perdido. As pessoas vem perdendo o medo de Deus, ele se tornou fraco. A submissão a Deus esta sendo perdida e a humanidade não liga mais para as datas religiosas, elas perderam seu significado. O que é mais do que natural em nosso momento histórico. Os grupos religiosos asseguram a validade do cristianismo, se sentem desrespeitados caso críticas sejam erguidas a respeito da validade e moralidade do cristianismo, mas em datas de grande simbolismo de sua religião o significado é perdido, não há qualquer exercícios espiritual em momentos em que deveria ser de reflexão ou comunhão co aquilo que durante todo o ano foi pregado. A idolatria ao Deus cristão é substituída por uma mercantilização da fé. Deus vem perdendo o significado especialmente dentro de seu próprio grupo religioso, com a desisntitucionalização da crença especialmente. 
Deus está morto como uma verdade eterna, como alguém que controla e conduz o mundo a sua vontade, ou como um ser bondoso que justifica os acontecimentos da vida humana. A secularização da civilização moderna inclusive deixa isto cada vez mais evidente. Deus está morto como um grande ditador divino que exige obediência de seus servos. Ele já não é uma questão importante para se considerar. Todo idealismo e platonismo estão se perdendo. 
Essa constatação de Nietzsche, para sua época elevou o pensamento de que a influência de deus se tornou cada vez menor e dispensável. 
Para Nietzsche, Deus estaria morto também na Grécia Para ele, na Grécia antiga, existia uma estreita ligação entre homens, deuses que permitia igualmente uma profunda união com a natureza, proporcionando uma vida harmoniosa e equilibrada, graças a Dionísio e Apolo. Porém, com a dialética socrática, ocorreu um distanciamento em algum ponto da história grega, que acabou por causar o que Nietzsche chamaria de decadência do modo de viver grego. 
O conceito de Designer inteligente emerge exatamente na mesma miríade que a Grécia seguiu, mas pela perda da ligação entre a fé e a crença no deus cristão. É o pensamento neo-criacionista baseado não na fé como mecanismo fundamental a crença em Deus, mas de em um cristianismo “pseudo-cientificista”. É esta necessidade obsessiva de se concluir empiricamente a existência ou as experiências divinas em Deus que faz com que o conceito de Designer seja natimorto. Ele emerge como uma arma fundamentalista de um grupo religioso mascarando suas reais intenções, minando a fé cristã co interpretação anti-cristãs lateralizando a fé, ou seja, tirando ela do eixo central da crença em Deus. Essa proposta, uma máscara para o cristianismo impõem um conceito pseudo-científico que se traveste de ciência e mina o pilar do cristianismo, elevando o cristianismo a uma crença genérica. Ora, a bíblia não é um livro cientifico, e muitos cristãos reconhecem isto. 
Galileu, a mais de 500 anos já descrevia que a ciência explica o que é o céu enquanto a religião ensina como ganhar o reino dos céus no exercício da moralidade religiosa. 
Ao tentar propor uma explicação cientificista, o defensor do conceito de Designer inteligente promove o que se chama de pseudo-ciência. Isto porque sua concepção não caminha pelos trilhos da metodologia científica e falseamento e ao mesmo tempo não percorre o caminho para crença em Deus baseado na fé. 
A ciência é incompetente e incapaz de fomentar qualquer justificativa científica a favor da existência de Deus, bem como de sua inexistência. Sua metodologia empírica, baseada em mensurações pode somente se limitar a processo observáveis e passivos de serem refutados por propostas científicas melhores. Diversas entidades científicas. e as melhores Universidades do mundo rejeitam qualquer argumentação criacionista ou de designer inteligente por entender que se trata de uma explicação genérica e não cientificamente testável. Ao mesmo tempo, a crença em Deus baseada na necessidade de provar experimentalmente que Ele existe não segue uma premissa teológica cristã, pois a constatação da existência de Deus é dada pela fé. A tentativa de associar experimentação e existência de Deus reflete um desalento em reforçar uma fé abalada e incertezas a respeito de crenças pessoais, da crença em Deus, que pode ser reflexo da perda da influência que a religião e Deus tem tido em nossas vidas. A partir do momento em que explicações para fenômenos vão sendo oferecidas por sistemas de construção de conhecimentos alternativos, a secularização da sociedade, a desistitucionalização da crença, o desespero tem levado grupos radicais, associados a políticas de extrema direita ligadas ao a recorrer a alternativas descontextualizadas e criação de facções cuja perda do poder é ameaçada. Essa visão recalcada, ou seja, o medo da perda do poder pela contestação ou pela exposição das reais intenções de grupos fundamentalistas tem demonstrado o conceito de designer inteligente e criacionismo biblicista se ligando a concepções idelógico-políticas, é o que hoje se chama de neo-criacionista. Não se discute mais Willian Paley, ou a concepção de relojoeiro, se mina o desenvolvimento do criticismo com sofismas como marxismo cultural, ou mesmo com jargões do tipo naturalismo filosófico, ou reducionismo, alegando que ser da oposição é ser comunista. Note que a critica se volta para modelos ideológicos e não mais científicos. 
Ao tentar associar a necessidade empírica de se demonstrar que Deus existe, ocorre a substituição da fé como razão de sua crença e estabelece não mais a base do cristianismo como motivo de crença, mas sim o fundamentalismo religioso. 
O conceito de designer inteligente hoje é considerado pelo ambiente acadêmico (inclusive universidade protestantes americanas) como uma ideia relacionada a grupos religiosos que fere a I Emenda americana; não cumpre epistemologicamente o conceito e as definições metodológicas de ciência; sendo assim carece de produção científica, não oferece uma definição concerta a respeito da natureza e intenção do criador em relação á criação e como isso poderia ser constatado metodologicamente; carece de definições básicas a respeito de sua natureza onisciente, ou não; reflete um posicionamento ideológico-político geralmente associado á bancada ultra-conservadora e de extrema direita em um saber americanizado descontextualizando-se com a realidade social de nosso país. Atualmente, é possível que o conceito de criacionismo e designer inteligente tenha um papel muito mais sociológico do que cientifico, especialmente no estudo do fundamentalismo religioso e não um fenômeno científico ou sobre a filosofia da ciência. Ao perder essa ligação com o cristianismo, a respeito de sua essência baseada na fé como mecanismo satisfatório e condicionante a crença em Deus, a ideologia do designer inteligente e do Neo-criacionismo tende a perder a apoio dos cristãos. Sendo assim, surge como um mecanismo ideológico morto, natimorto. Ele somente existe pontualmente, em grupos radicais.  Essa individualização é fundamental ressaltar. 
Ao que parece, o melhor termo hoje usado para caracterizar tal ideologia segundo a visão nietzcheniana é Ingenieur ist tot (designer, ou engenheiro esta morto) 
Ao lado do neo-criacionismo, o conceito de designer inteligente se apresenta hoje como uma das maiores crises do cristianismo, uma crise moral, de caráter, do uso do nome do Deus cristão em vão para justificar atividades políticas, preconceitos e alegações ideológicas. O cristão deveria se manifestar contra esta interpretação extrema das escrituras sagradas. A ciência é uma criação humana, uma forma de interpretar o mundo, uma associação entre designer inteligente e criacionismo além de promover um conceito anti-científico, promove um conceito anti-cristão em uma aliança com o ímpio na tentativa de usar a ciência como método empírico a prova de Deus. Para o Cristão cuja fé não esta abalada, Deus apenas esta vivo e goza saúde, independente do que o ímpio diz. 


Referências 

*  Friedich Nietzsche. Crepúsculo dos Ídolos, Editora L&PM POCKET. 2009 
*  Simone Nardi Grama. A morte dos deuses. Revista de Filosofia. 
* Eduardo Rizzatti Salomão. A morte de Deus e a idealização do Homem segundo a ótica Moral de Friedich Nietzsche. Filosofia e Ciências humanas. 02/06/2005 
* O Livro da Filosofia. O Homem é ago a ser superado. pág 214. Editora Globo livros. 212

CARIÓTIPO DE BORBOLETAS APRESENTA EVIDÊNCIAS DE ESPECIAÇÃO

Heliconius heurippa
Por Victor Rosseti 

Um estudo de 2007 (feito pela UNICAMP) encontrou um padrão cariotípico interessante em diversas borboletas. O que os pesquisadores descobriram é que espécies de borboletas da família Nymphalidae sofreram processos de especiação seguindo padrões seletivos e ambientais de relaxamento e rigorosidade ecológica. Esses animais, em geral, apresentam um haplótipo n = 29 a 31. (Brown KS Jr et al,. 2007) 
Algumas tribos desta família fazem parte de anéis miméticos e tem número variável de cromossomos, sugerindo mecanismos evolutivos de isolamento genético e/ou especiação por mimetismo Batesiano(Brown KS Jr et al,. 2004) 
A borboleta Heliconius heurippa mostra exatamente isto. Outro estudo dos mesmos autores demonstrou que esta espécie é fruto de um hibridismo entre H. melpomene e H. cydno que ocorrem na Colômbia. Heliconius molpomene tem N=21, a Heliconius cydno tem n=21 e o híbrido delas H. heurippa mantém o mesmo padrão. A maquinaria gênica responsável pela coloração é a mesma, ou seja, o grupo em si tem origem monofilética. Só houve mudança de padrão de coloração, que levou ao isolamento do tipo homoplóide, ou seja, pelo mesmo numero de cromossomos. (Brown KS Jr et al,. 2007) A conclusão do artigo é que este hibridismo começou a 2 milhões de anos atrás: 


The ancestral population size was 1.23 × 106 (0.76 × 106-1.98 × 106) individuals and the speciation event probably took place around 2 million years ago, similar to a previous estimate using a different dataset. However, because of the weak scalar estimation for this parameter, this estimated time is a very approximate value. [4] 



Borboletas Ithominae, Satyrinae, heliconinae e Danainae, por participarem de elos miméticos tem um cariótipo extremamente variável, favorecendo a sobrevivência de todas as espécies que se imitam. Aquelas que não fazem parte de elo algum apresentam em média n = 29 e 31. A conclusão dos autores é que desde a origem, a família Nymphalidae tem o numero 31 e que através de fusões e fissões pode-se promover o isolamento genético em espécies, como vem ocorrendo nas tribos que fazem parte desses elos miméticos. (Brown KS Jr et al,. 2004, 2007).
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Números cromossômicos de Danainae e Ithomiinae em um cladograma destas subfamílias. A origem das Itomiíneas tenha sido acompanhada por uma redução para metade do sua media cromossomica, aproximadamente de n=31 para uma novo modelo modal, n=14. A maior diversificação do grupo incluiu duas fusões e fissões. Esse processo foi executado em paralelo com a aquisição de novas plantas hospedeiras, mostradas entre parênteses na imagem. Os alimentos vegetais contêm substâncias químicas nocivas, tais como alcaloides, compostosmpirrolizidinicos e cardenolídeos. As borboletas têm não apenas adaptado para tolerar estes elementos, mas também a sua utilização como defesas químicas. Retirado de KEITH S. BROWN, JR, BARBARA VON SCHOULTZ e ESKO SUOMALAINEN (2004) 

Uma sequencia de análises cariotípicas de outras famílias de borboletas sugerem também que houve processos de especiação. Borboletas da família Riodinidae tem cariótipo variável n =9 e 110 que parece ocorrer devido a pequenas populações e diversidade no mundo (1.300 espécies). Essa família é relacionada a família Lycaenidae cuja maior diversidade esta na África. Dentro desta família esta presente o metazoário com maior número de cromossomos, é a espécies Polyommatus atlântica com n = 221 – 223. Entretanto, isto ocorre somente nesta espécie, uma vez que a média cariotipica do grupo é n =23 – 24.(Brown KS Jr et al,. 2012) 
No caso da família Riodinidae, eles apresentam cariótipo bastante variado devido a fissões e fusões de cromossomos holocinéticos (sem centrômero, ou irregular) que facilita a alteração o fluxo gênico durante a divisão celular e promove a especiação por isolamento reprodutivo.(Brown KS Jr et al,. 2012) 
Darwin e Henry Bates estavam certos, mais uma vez!!! 
  
Referências 

[1] Brown KS Jr, Freitas AV, Wahlberg N, Von Schoultz B, Saura AO, Saura A. Chromosomal evolution in the South American Nymphalidae. Hereditas. 2007 Sep;144(4):137-48. 

[2] Brown KS Jr, von Schoultz B, Saura AO, Saura A.Chromosomal evolution in the South American Riodinidae (Lepidoptera: Papilionoidea). Hereditas. 2012 Aug;149(4):128-38. doi: 10.1111/j.1601-5223.2012.02250.x. Epub 2012 Aug 21. 

[3] Brown Jr KS, Von Schoultz B, Suomalainen E.Chromosome evolution in Neotropical Danainae and Ithomiinae (Lepidoptera). Hereditas. 2004;141(3):216-36. 

[4] Camilo Salazar1*, Chris D Jiggins2, Jesse E Taylor3, Marcus R Kronforst4 and Mauricio Linares. Gene flow and the genealogical history of Heliconius heurippa. BMC Evolutionary Biology 2008, 8:132