Por Rafael Souza
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Vaga-lume (Photinus pyralis) |
Os besouros da família Lampyridae ( Insecta : Coleóptera ) conhecidos como vaga-lumes ou pirilampos, possuem no lado ventral próximo ao ápice
abdominal uma estrutura luminosa de cor amarelo-esmeralda normalmente ausente nos indivíduos menores.Esta estrutura foi estudada pelo fisiologista francês Raphaël Dubois (1849-1929) que observou que existem duas substancias químicas que interagem para a produção da bioluminescência.Descobriu que os vaga-lumes do gênero Photinus possui uma substancia denominada luciferina (do latim lucifer , "portador da luz") que reage com uma enzima chamada luciferase que reage quando há entrada de oxigênio nos seus orifícios abdominais.
Acredita-se que o principal finalidade da emissão de luz nos lampirídeos esta relacionada a sinalização de corte e seleção de parceiros.Dependendo da espécie pode se obter variações no tempo de bioluminescência, numero de taxas de pulsos, freqüência de repetição do padrão, ente outros.Eles desenvolveram uma variedade de maneiras para se comunicar com seus companheiros de ralacionamento.Algumas espécies de vaga-lumes dos gêneros Photinus , Photuris e Pyractomena , se distinguem pelos padrões de corte.Os machos voando em busca das fêmeas emitem um único flash bioluminescente, em resposta as fêmeas emitem um outro flash para o macho de sua espécies.Em geral as fêmeas do gênero Photinus não voão , mas isso não impede elas de emitirem o pulso luminoso.
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Macho de um vaga-lume P. pyralis em cortejo a uma fêmea. |
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Larvas de vaga-lume visivelmente reconhecidas pela bioluminescência |
A bioluminescência dos lampirídeos esta envolvida tanto na atração de presas quanto ao encontro de parceiros sexuais , e demonstra ser mais uma forte aliada para a sobrevivência desse grupo de insetos.
Dedicado a : Cleide Tirola
Dedicado a : Cleide Tirola
BIOLUMINESCÊNCIA - Resenha de Victor Rossetti
Lúcifer não é mais aquele, o decaído anjo de luz que sofreu mais um rebaixamento. Só que dessa vez sob a perspectiva naturalista. Parte de sua exclusividade mitológica foi roubada por um mecanismo evolutivo natural.
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Arachnocampa luminosa |
Na Nova Zelândia os dípteros da espécie Arachnocampa luminosa produz uma larva que vive fixa no teto da caverna de Wautona. Este organismo tem suas origens datadas em mais de 300 milhões de anos e também produz bioluminescência. Este díptero produz fios de seda com gotas pegajosas que ficam penduradas como colares nos tetos dessas cavernas. Esta luminescência atrai as presas que ao tocar o cordão pegajoso ficam presas, permitindo que a díptera pesque a sua saborosa refeição.
Nos vagalumes e insetos em geral sua bioluminescência é fruto da oxidação de uma substância que ao entrar em contato com o ambiente produz moléculas energizadas que que emitem a luz. A enzima luciferase atua sobre o substrato luciferina, catalizando as reações químicas estimulando essa beleza natural incomensurável.
Outro exemplo de ocorrência da bioluminescência ocorre na jequitiranabóia (Fulgora lanternaria e F. lampetis ) brasileira, um homóptero que além de apresentar uma anatomia adaptada a mimetismo apresenta também bactérias fotogênicas que vivem dentro de sua cabeça e emitem luz, fazendo parte até do folclore local onde ocorre.
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Fungo bioluminescente |
Segundo a revisão feita pelos ecologistas são conhecidas mais de 64 espécies de fungos bioluminescentes no planeta.
O Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (Petar), em São Paulo, é o local onde se conhece o maior número de espécies simpátricas desses curiosos saprófitos.
No total, são sete espécies identificadas (Gerronema viridilucens, Mycena lucentipes, Mycena discobasis, Mycena singeri, Mycena luxaeterna, Mycena asterina, Mycena fera) e uma do gênero Mycena em fase de descrição taxonomica. Na Amazônia ocorre somente um tipo de fungo bioluminescente.
Todas as emissões de luz em fungos são esverdeadas, com comprimento de onda em torno de 530 nanometros e muitas das espécies de fungos bioluminescentes emitem luz apenas do micélio, outras restrita somente ao cogumelo e muito raramente ambas estruturas emitem luz na mesma espécie.
Análises filogenéticas moleculares evidenciaram que os fungos bioluminescentes são polifiléticos, ou seja, representados por algumas linhagens que, em certos casos, evoluíram de forma independente em relação à emissão de luz. De fato a bioluminescência é uma convergência bastante evidente entre insetos e cogumelos e uma série de outros animais que não compartilham relações históricas próximas entre si.
A bioluminescência em fungos é decorrente de uma reação química que leva à emissão constante de luz e depende sempre da presença de oxigênio para se manifestar. Bastante semelhante aquelas ocorridas em grupos de coleópteros.
Além de controlar a cor, muitas lulas, polvos e sépias podem também produzir luz e controlar sua intensidade. Alguns animais utilizam bioluminescência para confundir ou assustar predadores; outros para imobilizar sua presa, e outros ainda, para ludibriar predadores, e facilitar sua fuga ou como isca para atrair suas presas. A bioluminescência também pode ser um meio de comunicação em águas profundas escuras, ou no lusco-fusco marinho, da mesma forma que acontece nos pirilampos e vagalumes.
Esses animais geram luz ao misturar duas substâncias que formam uma terceira, emissora de luz, de maneira análoga ao mecanismo que aciona o pisca-pisca do vaga-lume.
Dentro das células fotócitos nos órgãos fotóforos ocorre essa lumionescencia.
A luficerina que pode apresentar-se diferente em organismos diferentes. Ela também reage com o oxigênio na presença de uma enzima, a luciferase e produz uma nova molécula. No oceano, ela normalmente emite um brilho cuja cor varia até o azul.
Pesquisas também têm revelado que essa convergência evolutiva pode estar presente em peixes e pode ser produzida por bactérias que vivem dentro dos órgãos geradores de luz desses animais.
Outras formas de luminescência podem ocorrer devido a presença da Coelenterazina que geralmente é encontrada em ctenóforos, copépodes cnidários, radiolários e até camarões seguindo um mecanismo bastante parecido com os apresentados acima.
Escrito por Rossetti e Rafael
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