REFORÇANDO O PILAR DA BIOLOGIA

por Victor Rossetti

Sob os aspectos da saúde do Darwinismo, vão bem, de fato, há uma grande quantidade de cientistas dentro do meio acadêmico que já concordam que a evolução é um fato consolidado por mais de 150 anos de evidências. 
A proposta cientifica foi embasada pelo livro A origem das espécies que oferece exemplos e mais exemplos de como a seleção natural não aleatória ocorre sobre os indivíduos que compõem uma espécie. A finalidade deste texto é desambiguar aleatoriedade e seleção.
De fato, Darwin apanhou bastante até chegar a tal conclusão proposta (DARWIN ANTES DO DARWINISMO) e após a síntese neodarwiniana as leis de Mendel mostraram como os fatores responsáveis pelas características da espécie são passados a geração seguinte (COMPREENDER HERANÇA MENDELIANA É COMPREENDER HERANÇA POLIGÊNICA.) e na década de 50 a molécula que carrega tais informações.
De fato há muita controvérsia a respeito da vida de Darwin, muitas equivocadas, outras superficiais e muitas sensacionalistas (geralmente vinda de jornalistas intrometidos e incompetentes). Algumas pessoas chegam a afirmar que Darwin era ateu, outras que ele se rebelou a Deus porque perdeu uma filha, alguns dizem que seu livro não é claro sobre a origem das espécies e até mesmo não saber diferenciar aleatoriedade de seleção. Pois bem, vejamos as definições.
A aleatoriedade é um evento que não segue uma ordem, um propósito, uma causa. 
Um processo aleatório, ou randômico é um processo repetitivo cujo resultado não descreve um padrão determinístico. A seleção é um tipo de escolha feita seguindo um critério. A seleção natural é um fenômeno selecionista pelo qual os indivíduos que tem certas vantagens sobre outros ganham o direito de se reproduzir e passar seus genes para a próxima geração. 
Estar vivo é estar sujeito a seleção natural, portanto, o simples fato de estar vivo compreende que sua geração é fruto de indivíduos que foram bem sucedidos no ato de passar seus genes para frente e você obrigatoriamente esta sujeito a morrer portanto, deve passar seus genes para frente. 
Em (definições de ciência e religião) apresentei alguns exemplos de espécies criadas sob pela seleção natural, que foram visíveis a olho nu e que evidenciam a evolução, embora sejam casos raros de se verem evidenciados (evidencias; aquilo que se vê) já que a evolução trabalha em uma escala temporal superior a de minutos, horas, dias ou anos e sim em Eras.
Mesmo assim é possível ver exemplos de espécies surgindo na natureza em casos raros e em casos mais comuns vemos variedades ou ecótipos (ou ainda variações geográficas), conhecidas popularmente como raças. 
Alias, se raças são criadas dentro de uma espécie por variações porque essas mesmas variações ao longo do tempo não extrapolariam de tal forma a criar uma nova espécie?
Note como muitos argumentos anti-darwinistas atuam da forma “o feitiço vira contra o feiticeiro”.
 O simples fato de encontrarmos uma espécie que deu origem a outra e que pode ser visualizada a olho nu em nossa escala de tempo é um retrato cuspido e escarrado (esculpido em Carrára de acordo com a literatura portuguesa) da evolução, é como dar a sorte de ver uma supernova acontecer.
Pois bem, sob a luz da seleção artificial, ou seja, da seletividade não-aleatória feita por um design inteligente (alias o mais inteligente de todo o universo e tudo [supondo que não haja ET’s embora sejam mais prováveis de existir do que um deus] o que há fora dele) que é o homem, as características são escolhidas, ou selecionadas para passar a próxima geração segundo o desejo de quem seleciona, o agricultor ou pecuarista ou agrônomo ou biólogo.
As variações genomicas são aleatórias (mutações), ou seja, genes podem mudar seu padrão de atuação em e refletir-se em outros genes (embora haja estudos que mostrem que determinadas áreas dos cromossomos são mais susceptíveis a mutações).

No caso da seleção natural, ocorre também a seletividade, a todos os indivíduos, afinal eles estão vivos e a seleção é para todos, sem aleatoriedade.A seleção é bastante democrática. 
Mas quem é o agente seletor? Bem, o agente seletor não é um design inteligente humano nem o sobrenatural, pelo contrário é natural, é a natureza. Não há jargão na expressão “pressão seletiva” (se as pessoas pensarem no jargão de forma pejorativa).
A pressão seletiva existe e é exercida pela comunidade de animais que convivem com a espécie em questão no bioma que ela vive. A relação deste animal com indivíduos da sua espécie e de outras espécies, as questões ambientais e climáticas, a disponibilidade de parceiros sexuais, a disponibilidade de alimento e água, a questão comportamental, o nicho ecológico que o animal preenche, todos se encaixam em pressão seletiva. O jargão é um conjunto de termos específicos usados entre pessoas que compartilham a mesma profissão, portanto para os biólogos esse é um jargão e para os leigos não.
Portanto é realmente a pressõe(s) seletiva(s) que moldam a vida, moldam as bactérias criando superbacterias resistentes, animais sinantrópicos e assim por diante.
A aleatoriedade é um evento que não segue uma ordem, um propósito, uma causa. A seleção natural tem um propósito (inconsciente porque não foi criada por um Deus, basta que os animais existam e os recursos para sua manutenção sejam finitos que a disputa começa, a seleção natural é resultado da existência da vida), manter vivos os diferenciados, essa é a causa e ela segue um padrão, ou uma ordem que é a existência da vida. Aleatoriedade não tem padrão, se a seleção natural fosse aleatória ela agiria somente para alguns indivíduos ou somente a algumas gerações. 
A questão da origem da vida não tem a ver com o Darwin, que jamais propôs algum estudo ou algum livro a respeito dela, pode ter especulado alguma vez, mas nada de grande valor cientifico. O estudo da origem da vida e os componentes químicos que a originaram se atrelam a bioquímicos como Stanley Muller, Oparin, Antonio Lazcano e outros bioquímicos e astrobiologos atuais.
Obviamente que se a evolução pelo mecanismo da seleção natural (dentro outros mecanismos evolutivos que há além deste) for descartada sob uma eventual reclassificação e reposicionamento cientifico, é certo que seja sob a luz de conceitos científicos, naturalistas e materialistas. De fato, a queda do darwinismo gerará uma revolução cientifica, a revolução dentro da biologia que tantas pessoas esperam. Eu espero que Darwin seja derrubado para que a biologia avance, para construir novos conhecimentos, embora a proposta de Darwin ainda esteja saudável e com poucos abalos.
Ou seja, se a evolução não for dirigida por um mecanismo como a seleção natural obviamente que esse fenômeno será dirigido por outro mecanismo que deva ser natural e atue de forma diferente (e que explique melhor o que o modelo anterior explicava ou o que não explicava segundo Thomas Kuhn e a revolução cientifica). Afinal porque haveria de ter um design inteligente para tal fenômeno?
Sob a proposta dada pelos criacionistas, ela esta fora de cogitação, de ser adotada porque o criacionismo nem mesmo é considerado ciência no ambiente academico. Basta fazer o teste, entre em algum ambiente acadêmico serio como a USP vá ao laboratório de genética de populações do Dr. Diogo Meyer e diga que a evolução é dirigida por uma entidade sobrenatural. Você perdera sua bolsa da CAPES. Vá ao IAG e diga que a Terra foi criada em 6 dias e que pretende estudá-la sob essa concepção.
Portanto, os abalos que vemos a respeito do darwinismo em sites criacionistas obviamente devem ser interpretados como artículos tendenciosos, oportunistas e sensacionalistas que tendem a apresentar cogitações fora de contexto cientifico com a finalidade de distorcer uma explicação puramente naturalista para um fenomeno natureza e que é rejeitada de forma imparcial e radical somente porque vai contra a mitologia judaica cristã que suporta o cristianismo pseuco-científico que não deveria ter relações com a cristianismo sério.
A grande verdade é que em 2009 quando completou 150 anos de publicação do livro A Origem das espécies os países da europeus fizeram grandes eventos em comemoração nos grandes ambientes acadêmicos do mundo, The Royal Society, Oxford, Harvard e outros lugares do mundo onde o desenvolvimento cientifico é sério.
Há quem diga que a evolução vem se tornando um fato consolidado pela ciência, e até o momento parece ser verdade. A questão é, até quando os criacionistas vão ficar especulando e difamando uma explicação cientifica pelo luxo de crer que são os possuidores da verdade absoluta, alias,o que é a verdade?


Conheça outros artigos do autor no site:

0 Comente o que achou...: